terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

L'Apollonide: figurino elogiado e de muito bom gosto



Um dos filmes mais marcantes que assisti recentemente foi L’Apollonide - os amores da casa de tolerância, que conta a história de um típico prostíbulo parisiense do início do século XX  prestes a fechar suas portas. O filme, indicado ao Les César 2012 (o Oscar Francês), oscila entre o documentário e a ficção, entre a crônica e o romance, entre a reconstrução estética desse mundo decadente e sua crítica implícita, entre o mundo fechado como uma prisão e o local de prazer dos burgueses.
O cineasta Bertrand Bonello diz ter se inspirado na pintura e na literatura francesas do século XIX, assim como em arquivos policiais e documentos "científicos", especialmente um estudo sobre a suposta reduzida capacidade cerebral de prostitutas e criminosos.
O figurino, impecável, foi pesquisado e discutido com nomes famosos do mundo da moda. Em entrevista a Donatien Grau, Bonello diz que uma das obsessões dele, ao realizar o filme, foi encontrar roupas pesadas, que caracterizassem bem a época. Ele não se importava se os atores iam ‘derreter” dentro das roupas, o importante era que eles vestissem muitas camadas de tecido, pois no momento em que eles levantassem os braços, por exemplo, isso teria que acontecer progressivamente, e não de uma vez. Segundo ele, para que a performance do ator seja real, neste caso, temos que sentir que o corpo carrega um peso e se move com mais dificuldade. 


O clima do filme é denso, são duas horas do longa-metragem mostrando uma realidade nua e crua da luxúria, paixões instantâneas e comportamentos sexuais entre as cortesãs e seus clientes. O cotidiando desgastante e sem maiores esperanças de Pauline (Iliana Zabeth), Madeleine (Alice Barnole), Samira (Hafsia Herzi), Julie (Jasmine Trinca), Clotilde (Céline Sallette), Léa (Adele Haenel) e Marie-France (Noémie Lvovsky) pode chegar a incomodar aos espectadores, mas é um filme para se apreciar do primeiro ao último minuto, especialmente por seus elogiados figurinos e fotografia.

Fontes: http://www.leiaja.com/cultura/2012/estreia-da-semana-lapollonide-de-bertrand-bonello e http://g1.globo.com/festival-de-cannes/2011/noticia/2011/05/lapollonide-mostra-sorriso-tragico-das-prostitutas-do-seculo-xix.html

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